A leitura e a literatura nas aulas de matemática
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Há
tempos, diferentes autores vêm escrevendo sobre a importância da literatura
infantil no aprendizado da língua materna, escrita e falada. Também é
conhecida a riqueza do potencial literário para a alfabetização devido ao
estímulo que representa na construção do código da língua escrita.
Nós do
Mathema há alguns anos temos pesquisado sobre formas de integrar a literatura
também nas aulas de matemática. Nesse tempo, para além da contribuição com a
formação do leitor e do escritor, vimos que integrar literatura nas aulas de
matemática representa uma substancial mudança no ensino tradicional da
matemática, pois, em atividades deste tipo, os alunos não aprendem primeiro a
matemática para depois aplicar na história, mas exploram a matemática e a
história ao mesmo tempo.
Interrogado
pelo texto, o leitor volta a ele muitas vezes para acrescentar outras
expectativas, percepções e experiências. Desta forma, a história contribui
para que os alunos aprendam e façam matemática, assim como explorem lugares,
características e acontecimentos na história, o que permite que habilidades
matemáticas e de linguagem desenvolvam-se juntas, enquanto os alunos lêem,
escrevem e conversam sobre as idéias matemáticas que vão aparecendo ao longo
da leitura. É neste contexto que a conexão da matemática com a literatura infantil
aparece.
Através
da conexão entre literatura e matemática, o professor pode criar situações na
sala de aula que encorajem os alunos a compreenderem e se familiarizarem mais
com a linguagem matemática, estabelecendo ligações cognitivas entre a linguagem
materna, conceitos da vida real e a linguagem matemática formal, dando
oportunidades para eles escreverem e falarem sobre o vocabulário matemático,
além de desenvolverem habilidades de formulação e resolução de problemas
enquanto desenvolvem noções e conceitos matemáticos.
Veja a
seguir alguns cuidados que você precisa ter para desenvolver as propostas
entre matemática e histórias infantis:
·
Conhecer
a história antes de apresentá-la aos seus alunos para saber quais as
possibilidades de trabalho que ela permite e se estão adequadas à sua classe.
·
Lembrar
que nenhuma exploração matemática pode vir antes da própria história e nem
tampouco deturpar o sentido da história.
·
O
primeiro requisito para uma exploração de matemática a partir de um livro de
histórias é que as crianças gostem e se envolvam com ele, com os personagens,
etc.
·
O ideal
não é explorar um livro a semana toda, mas aos poucos, com emoção,
expectativa, problematizações especialmente preparadas para isso. Temos
sugerido ao professor que ele faça isso em uma aula por semana, assim um
mesmo livro pode levar um ou dois meses sendo trabalhado com a turma.
·
Não há
necessidade de um livro para cada aluno. Você pode ter um livro por duplas,
grupos de 4 ou mesmo um único livro em transparência, álbum seriado, etc.
Vale
deixar claro finalmente que não pretendemos que a literatura para as crianças
fique subjugada ao trabalho com a matemática, uma vez que sabemos ser o
encanto e o prazer por ler as histórias a primeira e principal função da
literatura na escola, em qualquer idade.
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Matemática
e Literatura Infantil, Kátia Stocco Smole, Patrícia Cândido e Renata
Stancanelli. Belo Horizonte, Ed. Lê, 1999.
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O nosso blog foi criado com o principal objetivo de partilharmos um pouquinho das nossas experiências relacionadas a matemática e vivenciadas dentro das nossas salas de aula. Estamos muito entusiasmadas com este trabalho, e esperamos que todos curtam bastante o nosso espaço que está sendo realizado com muito carinho. Um abraço carinho! Eliane, Kelen, Lílian e Luciana
quinta-feira, 21 de março de 2013
Matemática e Leitura
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